Entre filtros e fraldas: a maternidade real de Izy, jovem influenciadora e mãe solo
- Tauany Leal

- 7 de mai.
- 2 min de leitura

Na editoria Origem, falamos da maternidade como ela realmente é. Desafiadora, cheia de camadas, mas também transformadora. Nesta conversa, a influenciadora digital Isis Carvalho, conhecida nas redes como Izy, compartilha sua vivência como mãe jovem em tempos de internet, entre sobrecargas, julgamentos e autodescoberta.
Mãe jovem em meio à pandemia e sozinha: “Demorou pra cair a ficha”
Izy descobriu a gravidez durante a pandemia, sem apoio paterno, e enfrentou uma avalanche de sentimentos logo no início. “Eu amo minha filha, mas por não ter sido uma gravidez planejada, foi bem complicado em vários aspectos: financeiro, emocional, psicológico”, conta. A incerteza da pandemia, o isolamento e a ausência de rede de apoio tornaram o início da maternidade ainda mais difícil.
Foi nas redes sociais que ela encontrou algum alívio. “Gravava vídeos para me distrair, já que não podia sair. Muitas outras mães se identificavam, e nesse período é o que mais precisamos: alguém que nos entenda.”
Com o tempo, no entanto, a soma entre as exigências da maternidade e a pressão do conteúdo digital cobraram seu preço.
“A internet exige muito da gente. Quando juntou com a maternidade, que também funciona assim, tive que dar uma pausa pra me reencontrar, respirar. Eu estava vivendo no automático. Não estava feliz.”
A cobrança de ser perfeita online e a escolha de se preservar
Para Izy, o julgamento sempre esteve presente. Muitas vezes, vindo de outras mulheres. “Nunca mostrei perfeição. Sempre priorizei mostrar a realidade de tudo que vivi, mesmo em meio a julgamentos. O que mais tem é isso.”
A exposição constante levou ao cansaço. Hoje, ela prefere viver de forma mais privada. “Fiquei esgotada da bolha da maternidade, da internet. Vivo minha vida pessoal mais reservada.”
Identidade em reconstrução
A maternidade, como ela mesma define, foi um divisor de águas. “Tudo mudou. Planos, pensamentos, metas e fico feliz pela pessoa que estou me tornando.” Mas nem sempre foi fácil entender quem ela era depois da chegada da filha.
“Sempre fui muito livre, independente. E ter alguém 100% dependente de mim me torna dependente de terceiros. É aí onde surgem as crises de identidade, os questionamentos,

onde começamos a nos reencontrar criando uma nova versão nossa.”
“Ser mãe cedo é se sentir deslocada”
Sobre ser mãe jovem, Izy faz um alerta direto: “Não quer ser mãe? Não tenha filhos. Quer ser mãe? Planeje. Se prepare. Seja independente primeiro. Criar uma vida depois de ser mãe é dez vezes mais difícil. As oportunidades não são as mesmas.”
Ela reflete sobre a solidão que sentiu ao ver os amigos vivendo fases diferentes. “Nos sentimos deslocadas muitas vezes. Solitárias. Pensava ‘não me encaixo mais em nenhum ciclo’, mas também não me encaixava naquela vida romantizada de viver exclusivamente para o filho.”
A maternidade real, como ela vive e compartilha, tem beleza, mas também cansaço. “Essa fase passa, melhora. Mas surgem outras. Um filho não atrasa uma vida, mas você passa a viver por outra pessoa.”






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